1 de out. de 2024

Guerreiros em Combate

 


Era uma vez, em um reino que celebrava o milésimo ano da construção do primeiro castelo, a rainha anunciou que o guerreiro mais forte seria condecorado com um escudo real. Dois jovens guerreiros se enfrentaram em um duelo às margens de um rio, ladeado por duas montanhas gigantescas. Tão altas eram essas montanhas que, ao olhar para baixo, o rio parecia um fino traço de giz.

Fortes, destemidos e determinados a vencer, os guerreiros iniciaram o combate. As espadas tiniram e brilharam com a intensidade de um raio em uma noite escura. O desejo de vitória parecia superar suas próprias forças, e o ego de cada um desafiava os valores da vida. A luta, que começara à tarde, avançava para a noite.

Um louva-a-deus, pousado no galho de uma árvore, observava a batalha entre os dois guerreiros. Incomodado pelo barulho das espadas, ele saltou entre eles e gritou: “Parem a luta!” Apesar de sua pequena estatura, seu grito paralisou os combatentes. Lentamente, o louva-a-deus começou a crescer até alcançar o tamanho dos guerreiros. Limpando suas garras, ele calmamente perguntou: “Por que estão lutando? Deve haver um motivo especial para arriscarem suas vidas.”

“Competiremos até a morte. Apenas um de nós será condecorado no dia da festa.”

O louva-a-deus balançou a cabeça e comentou: “A festa do castelo de mil anos… A rainha prometeu condecorar os mais fortes, não os mais valentes, muito menos os mais tolos.”

Nenhuma dama será conquistada pela força de uma espada. Pensem em algo diferente, algo que se aproxime da nobreza de um castelo milenar. Sejam distintos dos guerreiros que só conhecem a força bruta. Estarei lá para ver vocês entregando seus poemas. Retornou ao seu tamanho original, saltou para o galho e descansou.

No dia da celebração, muitos guerreiros se apresentaram e compartilharam suas façanhas. Um deles, com uma grande cicatriz no rosto, ofereceu sua espada à rainha e disse: “Minha rainha, esta espada carrega as marcas do meu sangue, provando minha lealdade.”

Os dois guerreiros orientados pelo Louva-a-deus entregaram à rainha dois envelopes. Em seguida, ela mesma leu os poemas para todos os presentes. Em sinal de gratidão, nomeou-os guardiões do palácio, e suas faces seriam esculpidas nas colunas de acesso ao castelo.

Em tempos de guerra, forte e valente são os que sabem amar, os tolos não tem tempo para pensar no próximo, porque não conseguem pensar nem em si mesmos. todos nós temos um espinho na carne, a dor que ele provoca, é fundamental para que sejamos melhores, e, com a consciência de que não somos superiores, precisamos o quanto antes aprender a amar.


"O conhecimento é um farol na escuridão"

28 de set. de 2024

Contos e Encantos: Um Poema ao Tempo

Contos e Encantos: Um Poema ao Tempo:   No final da tarde, o sol se põe suavemente, escondendo-se atrás do mar e deixando rastros de saudade com um tom avermelhado sobre as ondas...

Um Poema ao Tempo

 


No final da tarde, o sol se põe suavemente, escondendo-se atrás do mar e deixando rastros de saudade com um tom avermelhado sobre as ondas. As gaivotas dançam sobre as águas, às vezes molhando as pontas das asas nas marés. Enquanto as pequenas ondas quebram na praia, um ancião, com um bastão, escreve um poema na areia. Antes que a água ou o vento pudessem apagá-lo, alguém que passava, envolto em um manto de lembranças, conseguiu ler parte do poema.

As últimas estrofes expressava ternura e lealdade, e estava escrito assim; "A beleza de uma orquídea violeta sobre a neve, contrasta com universos escuros onde almas esquecidas se nutrem de esperança. Nem quem as condenou, nem mesmo quem poderá salvá-las, esquecerão os valores de amor e lealdade. O universo de cada um de nós é como a orquídea e a neve, diferentes e contrastantes. A flor, talvez não tenha nascido ali, deixada por alguém que também não à perdeu, representa uma mensagem de lembrança e a certeza de que cada momento de vida é regido pelo destino".

Não podemos fugir das linhas do destino, apenas nos iludimos em pensar que nós mesmos traçamos os nossos caminhos, mas, seja por feitiço ou encanto, o elo entre criador e criação é um segredo infinito, nós e a nossa ancestralidade são correntes forjadas nas oficinas do tempo, e tão contrastante quanto a orquídea violeta e a neve é a nossa dualidade, corpo e espírito em uma busca de paz.

"O conhecimento é um farol na escuridão"

26 de set. de 2024

contos e encantos: A Pedra Encantada

contos e encantos: A Pedra Encantada:   Enquanto cavava no quintal para plantar uma árvore, um homem precisou molhar o chão devido ao solo seco. Após remover alguns punhados de t...

A Pedra Encantada


 Enquanto cavava no quintal para plantar uma árvore, um homem precisou molhar o chão devido ao solo seco. Após remover alguns punhados de terra, encontrou uma pequena pedra em forma de pé. Ele a retirou da terra e a lavou até que ficasse bem limpa. Os primeiros raios de sol brilhavam entre as folhas das plantas, e ele colocou a pedrinha na palma da mão, permitindo que o sol a tocasse. Notou que ela era quase transparente. Com o hábito de conversar com animais e plantas, perguntou: “Por onde andaste, pequeno pezinho de pedra?” E, com um gesto carinhoso, a beijou.

Era uma pedra encantada, e o beijo a transformou em minúsculos pedacinhos que caíram a poucos centímetros de seus pés, causando-lhe um grande susto. Em poucos segundos, as partículas se reuniram e formaram uma sombra que se moveu para debaixo de uma goiabeira e disse: “Venho de terras distantes.”

Sem motivo para temer o ocorrido, o homem perguntou: “Quem é você e de onde vem?

Sou um dos muitos espíritos aprisionados, pertencente a um mundo místico onde feitiços e encantamentos são tradições milenares. Fui até colhida pelos Gnomos, que me devolveram à terra. Estive aprisionada por séculos, resultado de um feitiço lançado por clãs rivais em busca de vingança. Por causa de uma disputa de poder, fui transformada em uma pedra quando ainda era criança. O mago disse que apenas um beijo de amor verdadeiro poderia me libertar, mas quem beijaria uma pedrinha tão pequena com amor suficiente para quebrar o feitiço?

Ele então me colocou na palma da mão de minha mãe. E, após milhões de anos, você me libertou. Nossos mundos são distintos; sua civilização não existia quando a minha foi extinta. Pelo que ouvi nos caminhos que percorri, a civilização humana está perdendo suas origens. As crenças, encantos e feitiços hoje são apenas mitos, mas existiu um povo que se guiava pelas estrelas. Mesmo com guerras e rivalidades, havia um código de ética.

Preciso entrar no cosmos e encontrar meus ancestrais, mas antes lhe concedo um desejo.

-Desejo-lhe sorte em seu reencontro.

-Mas o desejo que lhe concedo é para você.

Desejo ajudar a humanidade a encontrar paz de espírito, para que a vida seja plena.

Meu clã lutava por liberdade e igualdade. Um dos mestres dizia que só encontrará a paz quem adquirir sabedoria para cobrir o espelho e ver além do próprio reflexo.

Mas como é possível ver nosso reflexo com um espelho coberto?

Os magos da minha civilização enxergavam com os olhos fechados, guiados pela alma.

Não se envergonhe de conversar com animais, plantas, ou até mesmo com as paredes e os móveis de sua casa. Muitos deles são artefatos vivos e estão lá para ajudar. O amor é o caminho mais curto para alcançar as estrelas, para aqueles que desejam morar lá, é claro.

O homem reverenciou a sombra sob a goiabeira. Quando ergueu a cabeça, viu apenas as folhas caídas sendo levadas pelo vento, talvez uma celebração espiritual pela quebra do feitiço.

"O conhecimento é um farol na escuridão"

22 de set. de 2024

contos e encantos: Verdade Sobre o Assum Preto

contos e encantos: Verdade Sobre o Assum Preto:   Tarvez por ignorança Ou mardade das pió Furaro os óio do Assum Preto Pra ele assim, aí, cantá mió Furaro os óio do Assum Preto Pra ele ass...

Verdade Sobre o Assum Preto

 


Tarvez por ignorança

Ou mardade das pió

Furaro os óio do Assum PretoPra ele assim, aí, cantá mióFuraro os óio do Assum PretoPra ele assim, aí, cantá mió

A música “assum preto” de Luiz Gonzaga, revela a ignorância e a crueldade humana. Para aqueles que acreditam que essa canção é apenas um mito, saibam que ela retrata uma prática perversa e real infligida a essa ave. Pesquisas indicam que essa crueldade ainda persiste, evidenciando a maldade que ainda existe.

O assum preto é uma ave onívora, que se alimenta de vegetais, flores, néctar e pequenos invertebrados, sem causar qualquer dano aos humanos. Mesmo assim, é perseguida, contrabandeada e mutilada. Esperar que o universo seja complacente diante disso é pedir demais.

A deficiência visual de muitas pessoas poderia servir de alerta para o que ainda pode acontecer. Aqueles que acendiam velas e rezavam terços também usavam espinhos para furar os olhos dos pássaros. Tenha compaixão, Senhor; sua criação certamente lhe entristece.

A cegueira é resultante da falta de conhecimento e consciência, continua transformando luz em trevas. O mundo tende a sofrer cada vez mais, não porque o Criador desejasse isso, mas porque as escolhas erradas infelizmente afetam a todos. Hoje, não são apenas alguns membros do corpo que sofrem com a violência; a vida em si padece com a justiça de olhos vendados e balança emperrada.

O direito à liberdade já não é mais prioridade. Políticas inversas, aumento da pobreza, sofrimento e decepção são o resultado macabro de uma imperfeição.

Deixem os pássaros na mata para que possam cantar sem dor. Reduzam a ganância e respeitem a terra. Queimadas, terremotos, maremotos e tufões são parte do retorno que o universo está cobrando. Ainda temos tempo para rever conceitos irrelevantes e permitir que o planeta viva.

Não é só o assum Preto que sofre; é parte da humanidade que se envergonha com as ações desumanas de muitos.

"O conhecimento é um farol na escuridão"

Contos e Encantos: O Jogo da Vida

Contos e Encantos: O Jogo da Vida : O jogo da vida é um competição duradoura, e tal qual na maioria dos jogos, tem intervalos, prorrogações,...