Ártemis, a deusa grega da natureza, habitava os vales e montanhas, sempre acompanhada pelas ninfas que dançavam entre as árvores e riachos. Ela era uma caçadora habilidosa, mas também uma protetora dos animais e dos caçadores que dependiam da caça para sobreviver.
Nos bosques sombreados, Ártemis caminhava silenciosamente, seu arco e flechas sempre à mão. Ela não caçava por esporte, mas sim para garantir o equilíbrio da vida selvagem. Quando os caçadores se aventuravam em suas trilhas, ela os observava com olhos atentos. Se caçassem com respeito e gratidão, ela os abençoava com sucesso. No entanto, aqueles que matavam sem necessidade ou crueldade eram punidos.
Além de sua conexão com a caça, Ártemis também era conhecida por ajudar nos partos. Ela protegia mães humanas e animais durante o processo de dar à luz. As mulheres grávidas faziam oferendas a ela, pedindo por uma gestação segura e um parto saudável. Ártemis, com sua compaixão e força, guiava as mães e suas proles para um novo começo.
No Olimpo, os outros deuses respeitavam Ártemis por sua dedicação à natureza e aos seres vivos. Ela era uma divindade única, uma guardiã dos animais e uma amiga das ninfas. Seu amor pela vida selvagem e sua habilidade de proteger os mais vulneráveis a tornavam uma figura admirada por todos.
E assim, Ártemis permaneceu, uma deusa que equilibrava a caça e a proteção, a vida e a morte, nos vales e montanhas que ela chamava de lar.
Ártemis, a deusa da natureza, ergueu seu arco e olhou para a vastidão das florestas e montanhas. Ela entendia a complexidade da vida selvagem, a teia intricada de predadores e presas, e a necessidade de equilíbrio.
Seus olhos penetrantes varreram a paisagem. Ela via os caçadores modernos, alguns movidos pela necessidade, outros pelo prazer insaciável. Ártemis sabia que a sobrevivência era uma batalha constante, mas também reconhecia que a ganância e a crueldade podiam desequilibrar tudo.
“Proteger a vida”, murmurou ela, os ventos carregando suas palavras. “É mais do que sobreviver. É garantir que cada criatura tenha seu lugar, sua função na grande dança da existência.”
Ártemis não era apenas uma caçadora. Ela era a guardiã dos animais, a protetora das ninfas e das florestas. Sua imortalidade lhe dava uma perspectiva única. Ela testemunhara civilizações surgindo e caindo, mas a teia da vida permanecia constante.
Ela se dirigiu aos caçadores, não com ira, mas com compaixão. “Caçar por necessidade é uma arte antiga”, disse ela. “Mas matar por prazer é uma traição à vida. Quando a cadeia alimentar é rompida, todos sofrem.”
Os caçadores ouviram suas palavras, alguns refletindo sobre suas ações. Ártemis não exigia que parassem de caçar, mas que o fizessem com respeito e gratidão. Ela abençoava aqueles que honravam a vida e punia os que a desrespeitavam.
E assim, a mensagem de Ártemis ecoava pelas florestas: proteger a vida era preservar o equilíbrio. Se os seres humanos e os animais não coexistissem em harmonia, a cadeia alimentar se desfaria, levando a consequências imprevisíveis.
Ártemis, com seu arco e sua sabedoria, permanecia como um farol de esperança. Ela lembrava a todos que a vida era preciosa e que a proteção de todos os seres vivos era uma responsabilidade compartilhada.
E assim, nos vales e montanhas, a deusa da natureza continuava sua vigilância, lembrando-nos de que a vida era um presente frágil e sagrado.
Quando eu era criança meu pai ia pescar e me chamava para acompanhá-lo, sempre dizia; vou pegar peixe para a gente jantar. Jogava a tarrafa na lagoa e recolhia, o claro da lua permitia que ele enxergasse quantos peixes tinha pescado, e quando encontrava um curimatã fêmea bem gordinha, ele jogava na água, ria e comenta: ela nos dará muitos peixinhos depois.
Sei que estão pensando o que tem a ver Ártemis e a nossa pescaria, simples, a consciência de um homem simples de que sem preservação não existe vida. É extremamente importante preservar a natureza e oferecê-la de forma saudável a nossas futuras gerações, ensilá-las a plantar uma árvore, preservar o meio ambiente, amar os animais, e respeitar a vida.
Ártemis nos ensinou como viver melhor, a nossa ignorância em não querer aprender, nos tem causado sérios problemas que ainda permanecerão por muitos anos, mas se a gente rever os nossos conceitos, poderemos reverter esse quadro crítico e evitar mais sofrimentos.
Antônio Lopes Bezerra
“O conhecimento é um farol na escuridão”