Em um jardim um louva deus se alimentava tranquilo, de repente um pássaro o atacou. Pela sua habilidade perdeu apenas uma das asas, mas ficou inconsciente e as formigas cortadeiras o levaram para oferecer a rainha, não o cortaram, queriam oferecê-lo inteiro e mostrar o tamanho da generosidade. Ao recobrar os sentidos o pequeno inseto ficou imóvel, esperaria os próximos segundos para avaliar a possibilidade de fuga, mas sabia que seria quase impossível pela temperatura da terra estava a alguns metros abaixo do solo.
A rainha o observava tentando entender como ele foi capturado, e viu que lhe faltava uma asa. Bateu com as antenas no chão, e o formigueiro ficou a disposição. Não o comeremos, façam uma cama com folhas e tentem reanimá-lo. O louva ergueu-se, curvou a cabeça, e de mão postas reverenciou a rainha. Poupou a minha vida, e para demonstrar a minha gratidão, serei seu servo, sem jamais me escravizar. Algumas formigas questionaram: Poderíamos tê-lo retalhado, assim não teríamos perdido o nosso esforço.
A rainha bateu as antenas novamente e comentou: Quando acontece as primeiras chuvas e algumas de vocês voam, a maioria não volta. As maiores perdem as bolotas, que servem de iguarias para os gigantes do solo, os humanos. Um menino ainda inocente, pegou uma das nossas tanajuras e colocou dentro do formigueiro, e ela relatou o sofrimento tendo o corpo separado em duas partes. A comunidade desse animalzinho está procurando por ele, o levem de volta a superfície, com o tempo outra asa nascerá , e ele contará aos seus, que a natureza sobrevive de consciência.
Precisamos aprender com essa formiga rainha em garantir a preservação das espécies, a terra é generosa, e plantando faremos a nossa colheita. E a colheita precisa ao espírito em forma de gratidão, tanto a mãe terra, quanto aqueles que nela vivem. Plantar o amor para colher a paz, e jamais esquecer que somos todos passageiros da nave vida, não precisamos de confrontos para eliminar uns aos outros, e sim lutar por igualdade e dignidade, no dia certo todos vão para mundos diferentes, sem a necessidade de tirar dos outros a direito de viver.
A.L.Bezerra