14 de mai. de 2015

APRENDER A PERDOAR

     Varuna, na mitologia grega era um Deus criador e feitor, senhor de conhecimento infinito e com o dom e poder de prender e libertar, condenar e perdoar. Perdoar é um dom de divindade, e aprender a perdoar é o passo principal para que possamos também recebermos o perdão.
 Uma vez ouvi alguém falar o seguinte: Perdoar é para Deus, a gente apenas desculpa. Fiquei calado, mas comecei a pesquisar sobre o perdão e a desculpa, e descobri que ambos caminham juntos, mas são muito diferentes.
     Quando desculpamos, é como se estivéssemos agindo por educação, ou gentileza, e quando perdoamos o  sentimento vem do coração, de forma autêntica, transparente e resignada, é essa resignação que transforma o ódio em amor. não o amor que temos naturalmente, mas um amor suficiente para entender que perdoar é preciso, mesmo porque o que pode parecer pura maldade, nem sempre representa a realidade. Muitas vezes em um desses momentos de descontroles, cometemos falhas inconcebíveis e fugimos da sensatez, ninguém  está blindado contra um pico de loucura. 
     Varuna perdoava aos que se arrependiam, não é difícil imaginar que muitos de nós não admite o erro de forma proposital, e nesse espaço entre reconhecer e se  reconhecer e se  arrepender, muitas coisas desagradáveis pode acontecer.
Perdoar é uma tarefa que exige força de vontade e sensibilidade, esvaziar ódio ou mágoa, e permitir que o sacrifício do perdão seja maior do que o nosso ego, sem esses requisitos não haverá perdão, só desculpas. 
Sabemos perfeitamente que isso não é suficiente mas é um avanço, ter serenidade para entender e aceitar a realidade da imperfeição humana, é o que nos aproxima da verdadeira sabedoria.
     Sabemos que os Deuses e suas divindades tinham suas grandes diferenças, mas a maioria tinha em comum a sabedoria de perdoar, porque quem pede perdão, já está fragilizado e a força que precisa para recomeçar é exatamente ser perdoado. 
Não somos hipócritas para negar as nossas iras, em que muitas delas nos feriram e alteraram nossas vidas, mas não podemos ser insensatos para nos alimentar com o ódio, isso nos afastaria da divina grandeza de amar.
     Para aprender a perdoar, precisamos aprender a nos transportar e a dor alheia, e ter certeza que todos possuem suas fraquezas, e que nunca seremos fortes o suficiente para não cometer erros , tais fraquezas não as escolhemos, em muitas ocasiões fomos escolhidos, e não tivemos força ou sabedoria para rejeitar tal escolha.
Todos nós temos telhados de vidro, algumas pessoas cuidam a cada instante dos mesmos, outras permitem que o acúmulo de sujeira pesem sobre o telhado, fazendo com que ele venha a trincar e quebrar. 
 As vezes são até avisados que alguma coisa está errada, a claridade diminui, já não tem a mesma visibilidade, mas pensam que do mesmo jeito que apareceu o problema, vai desaparecer, mas não é bem assim.
     Esse telhado de vidro serve de proteção para a nossa família, nós e nosso espírito, e assim com toda essa importância, não pode ficar desprotegido, o ideal é deixar ele polido o tempo todo, se por acaso o vento deixar cair alguma folha sobre o ele, a mesma terá de ser removida, deixando tudo transparente.
Igual a esse telhado de vidro deve ser o nosso coração, limpo e consciente  permitindo que a luz possa clarear o suficiente, assim veremos o quanto é importante e gratificante, aprender a perdoar.

Antônio Lopes Bezerra

13 de mai. de 2015

NOSSA ESTRADA

     Precisamos aprender a caminhar, nessa estrada sem fim, somos apenas viajantes e dada mais. No começo é sempre difícil, ou melhor, nessa estrada não existe nada fácil, do começo ao fim, será sempre de muita luta.
     Em nossas primeiras quedas, misturamos nos sangue ao pó da terra, e descobrimos o gosto salgado da lágrima. Olhamos para cima e vemos pessoas enormes, e pensamos: Será que eu vou conseguir crescer tanto assim? Se eu ficar assim tão forte não vou cair novamente, e de repente nos levantam, pegam em nossa mão e nos ensinam a andar. Outros ficam olhando, e esperam que a gente se levante, e nos ensinam a ficar em pé.
     Começamos a crescer, e para nossa surpresa, os desafios crescem mais ainda. Cair e levantar parece um projeto de quem fez a estrada, no chão vemos as marcas de quem já passou, e quando conseguimos nos levantar, vemos o horizonte infinito. Essa é a estrada por onde temos que passar, não existe um só atalho, ou caminha para poder conseguir, ou para e ver os outros passarem.
     O caminho é muito longo, e quanto reclamamos, mais distante ele fica. A estrada é bastante larga, mas existirão trechos estreitos que vai exigir da gente muita dedicação, precipícios e armadilhas por todo lado, Não devemos nos assustar, todo mundo vai passar por aqui, vamos seguir em frente, e se encontrarmos alguém sentado a beira da estrada, estenda a mão e convide-o para recomeçar a caminhada.
     Nunca seremos fortes o suficiente, para concluirmos nossa jornada sem cairmos ou sem pararmos, é impossível que alguém consiga, por isso precisamos de força e de perseverança, podemos ter uma certeza, em nossa caminhada, nunca estaremos sós, uma cruz acompanha cada um de nós.
Alguns por desconhecerem a importância da mesma, até tentam se livrar ou transferir, nem sabem que todos nós iremos precisar da mesma, ela é a ponte que precisamos no fim da estrada, sem ela não conseguiríamos chegar ao nosso destino.
     No início de nossa jornada somos acompanhados, pessoas que nos amam, ou que gostam da gente, estão sempre por perto, mas o ciclo da vida vai nos separando das mesmas, mas aprendemos com elas que não podemos parar, a vida continua, e a estrada que se apresenta, ainda tem muito chão pela frente, temos que andar. Terão dias cansativos, as pernas dobram e parece não poder com o corpo, mas quando éramos crianças e caimos pela primeira vez, as pernas também dobraram e conseguimos ficar em pé.
     Agora é bem diferente, já avançamos muito na estrada, e já sabemos andar, e por mais cansado que possamos estar, sabemos que não podemos parar. Em algum lugar dessa estrada, tem uma reserva para cada um de nós, essa reserva vai acumulando na proporção em que avançamos na estrada,um viajante que acompanha todo o nosso percurso, vai nos ajudar a encontrar, agora é só esperar que na nossa reserva, tenha aquilo que estamos precisando, eis a importância do que fazemos em nossa caminhada.
     Para quem estiver começando agora, boa sorte e muita atenção, a estrada é longa demais, para quem estiver terminando, muita esperança e muita fé, não desista, levante a cabeça, olhe atentamente, e verá o horizonte.

     Ass.  Maninho.

12 de mai. de 2015

EDUCAR PARA A VIDA

     Educando hoje, não será preciso punir amanhã. Ainda sentimos os efeitos dos padrões aplicados antigamente, mesmo que na época entendessem que seria a forma mais apropriada para formação de valores, vemos que a força bruta é uma agressão inaceitável. Alguns alunos aprendiam pela força e não pelo ensino. Quando é negado a liberdade de expressão, é como se estivéssemos amordaçados, naquele tempo os alunos(a) eram obrigados a concordar com tudo o que o professor(a) falasse, sem o menor direito de opinar para não ganhar o rótulo de rebelde.
     O avanço educacional com novas técnicas de ensino, se destaca pelo revolucionário método de pesquisas que mostram a importância do engajamento entre  mestres e discípulos, mesmo porque  a troca de ideias ganha força em conhecimento. É um absurdo a gente ainda ver em redes socias, pessoas postando palmatórias, e ainda comentando que  quando elas existiam havia mais respeito e obediência.

   É uma desinformação confundir desobediência com o medo. Não precisamos de violência física ou psicológica, e sim, de ensino, diálogo e confiança entre educandos e educadores, sem dor física ou mental. Vae lembrar que pode até ser considerado crime curtir apologia a violência, precisamos estar cientes das nossas responsabilidades sociais e procurar acompanhar  a evolução positiva dos novos tempos. Educar para a vida é um processo delicado e a longo prazo, pais e mestres precisam estar sintonizados da melhor forma por um bem melhor, esse é passo enorme na formação de valores  e cidadania.

  Não somos de primeiro mundo, e a maioria das nossas crianças sofrem uma carga psicológica desconfortável dentro e fora de casa grande, hoje muitos professores(a) ensinam a matéria pela qual é responsável, e ainda desempenham funções cumulativas inteiramente pelo social. Professores(a) que são orientadores(a) psicólogos(a) conselheiros(a) e que sofrem também com problemas pessoais de seus alunos ou alunas.
     Entendemos que os colégios deveriam ter em seu quadro de profissionais um psicólogo(a), porque na maioria das vezes os alunos que apresentam notas baixas não é desinteresse, são problemas que os acompanham, e somente a orientação dos professores não conseguem resolver, amenizam sim, mas um acompanhamento qualificado trará um resultado com maior eficácia.
     Educar é necessário, e condições para desempenhar a função, com remuneração e valorização equivalente a profissão é fundamental, todos os profissionais de níveis mais elevados começaram no jardim de infância ou maternal, e até chegaram ao topo passaram por muitas salas e aprenderam com vários professores(a).
     É hora de começar um trabalho conversando com quem realmente sabe onde começa o problema, quem está ensinando. O professor lida com as mais diferentes classes sociais, e ele sabe o que representa exatamente que a desigualdade dessas classes.
Começar da base, estimular a criança a gostar de estudar, desenvolver programas educacionais com monitoramento de resultados, qualificando mais educadores e constituindo a educação de forma prioritária, eis algumas das milhares ideias de educar para a vida.

A.L.Bezerra
  

     
  


COMPARTILHAR

     Esse é meu filho, campeão mundial de formula 1. Minha filha é campeã olímpica de basquete. Agora está fácil, inúmeros telefonemas, postagens nas redes sociais, afinal, estão no topo da fama.
     Nesse momento é fácil identificar os pais das respectivas estrelas, mas até chegar no topo, com certeza um dos dois tiveram uma presença marcante, e agora na hora de comemorar, é que sabemos o valor da participação. Sem muito esforço, vemos que as mulheres são mais participativas no acompanhamento dos filhos, com uma energia especial, parece não se cansarem, ou talvez movidas pela responsabilidade, estão sempre absorvendo tarefas e mais tarefas.
     Mas os homens precisam urgentemente compartilhar dessa responsabilidade, não é só bancar os custos, é participar de forma ativa, assim a família ficará fortalecida.
Como está a filha na faculdade? e o filho no maternal? as notas, o comportamento, o desenvolvimento, quem está acompanhando? Ele ou ela? Compartilhar esses momentos é extremamente importante, porque mais cedo ou mais tarde, isso vai fazer a diferença.
     Não adianta tentar justificar a ausência, quem quer compartilhar, sempre vai encontrar tempo e meios de compartilhamento. Deixar para se apresentar quando os filhos estiverem no sucesso, não é conveniente, quando compartilhamos no momento certo, estamos criando nossas futuras estrelas.
     Citamos exemplos do esporte, porque move paixões com sua popularidade, mas o fundamental é que, os pais compartilhem desde cedo, o progresso dos filhos, e dividam tempo e responsabilidades, evitando desgastes.Quando existe um reversamento de acompanhamento, a tendência para o acerto é muito maior, e a gratidão e o reconhecimento acontecerá naturalmente.
    Sabe, do maternal até a faculdade, é muito tempo, tempo suficiente para compartilhar, porque no dia da festa de formatura, se aparecerem as lágrimas, que sejam de emoções e nunca de dúvidas.
    Em todas as classes sociais, existem sorrisos e lágrimas, tristezas e alegrias, vitória e derrotas, mas não deveria faltar compartilhamento, esse detalhe, poderá ser o fundamento básico da superação, utilizando a famosa frase dos altares, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, compartilhe, compartilhar, é dividir para somar, compre essa ideia, compartilhe com amigos, parentes e familiares, compartilhando, não precisamos nos apresentar, as pessoas nos apresentam.

    Ass.  Maninho

13 de mar. de 2015

SOLIDARIEDADE

     As vezes ouvimos pessoas falarem que o oferecido não tem preço, eu entendo que não é porque a oferta não tenha valor, mas não seja possível estipular o preço. Oferecer apoio sem que a outra pessoa peça, é um dos atos mais sublimes de solidariedade, visto que, algumas pessoas precisam de apoio e não pedem porque já se encontram sem forças e sem esperanças, já ouviram tantos não, que as vezes nem acreditam que exista alguém que possa se preocupar com ela, por isso não pedem ajuda e algumas são mais radicais, não aceitam ajuda de ninguém.
     Quando isso acontece, é porque o desespero já se encontra em um grau tão elevado, que tenta representar que pode ser independente, mas isso não representa a realidade, por tanto se acontecer de alguém recusar sua ação solidária, não a ignore, é mais um motivo para prestarmos nossa solidariedade. A solidão, e a exclusão criam um comportamento parecido com o orgulho, quando na realidade isso é uma doença que precisa de cura, e o melhor remédio é a solidariedade.
     As pessoas, tal qual os animais, existem aquelas que são mais ou menos favorecidas, ninguém é infeliz por escolha, agregado a vários tipos de comportamento e atitudes, é inegável que também existe o fator sorte, e dela precisamos para que possamos ter uma vida melhor, também somos responsáveis, e não podemos culpar a falta de sorte se não tivermos força pra lutar pelos nossos objetivos.
     Os excluídos, não são por opções próprias, algum detalhe os fizeram mudar de lado, cabe a sociedade ser mais solidária, mesmo que em algumas situações seja difícil de doar amor e carinho a quem praticou alguma maldade. mas nem sempre a maldade é intencional, existem casos devido a falta de equilíbrio, provocada por distúrbios, e se conseguirmos abrandar a nossa ira, talvez possamos agir de forma solidária.
     Ofereça seu apoio, não ao ato, mas a pessoa que está perdida em seu próprio labirinto, o amor ao próximo, é a melhor oferta que pode ser feita, por isso não tem preço, é algo que ninguém pode comprar, doar é melhor que receber, e quem doa de coração, sem esperar recompensa, semeia uma das mais importantes ofertas, a solidariedade.

     Ass.  Maninho.

TEMPOS DE CRIANÇA

     Mágicos e inesquecíveis tempos de criança, em que a fada Inocência tocava em cada criança com sua varinha de felicidade. Ah que gostoso, o algodão doce, a pipoca, e o impagável sorriso do palhaço, promovendo a alegria,
     É impossível esquecer, nosso tempo de criança, de amor e esperança, e a alegria de brincar, de correr e de pular, sem ter que pensar em nada, é uma fase encantada, que passamos em nossas vidas, nunca serão esquecidas, essas nossas cirandadas.
     Parece que no criador fez de propósito, no início tudo maravilhoso, independente de qualquer lugar, a criança brinca, com os brinquedos que tem, e com os brinquedos imaginários, e mesmo em situações de pobreza, ela consegue brincar, parece que o criador lhe diz, aproveite esse tempo, porque ele passa rápido demais, e depois os desafios da vida vai começar.
     Quem já brincou de ciranda, amarelinha ou pião, de vaqueiro ou de patrão, bola de gude ou massinha, de carrinho ou fazendinha, carro de lata ou boneca, de cabra cega ou peteca, pega bandeira e casinha.
     A criança, em seu tempo de criança, tem o dom da simplicidade, não precisa de um brinquedo especial, já vi meninas entrando no milharal e tirando bonecas de milho, para fazerem delas sua princesa, penteava seus cabelos dourados, com a mesma delicadeza de quem brinca com uma boneca comprada em lojas de brinquedos, garotos que cortavam os talos que caíam das carnaubeiras, e faziam cavalos de pau, e felizes corriam pelos terreiros das casas simples onde moravam.
     Quem brincou de adoletá, pula sela ou bambolê, pula corda, ou passa anel, pedra tesoura e papel, como é que vai esquecer, a brincadeira bacana, como de montar cabana, cabo de guerra e charada, em noite de lua cheia, brincar com bola de meia, como a vida era engraçada.
     Tempos de criança, é o tempo em que podemos fazer de nossas crianças, nossas melhores companhias, dando-lhes carinho, atenção, e participando ativamente de seu desenvolvimento, e carinho não está a venda em lojas de variedades, carinho não custa dinheiro, e é fundamental para uma formação mais humana.
     Hoje mesmo em casas simples as crianças em sua maioria ficam em berços, confortáveis e protegidos, mas nem sempre foi assim, houve um tempo em que as crianças ficavam dentro de um carrinho de madeira, forrado com tecidos simples, nem por isso elas deixavam sorrir para seus pais, fortalecendo a ideia em que o carinho poderia estar nas simples salas de barro batido, ou nos palácios de pura nobreza.
     Tempos de criança, tão bom, tão passageiro e tão especial. Ninguém esquece, das canções de ninar, das brincadeiras, das história de fadas e seus encantamentos, ah, como seria bom se cada adulto pudesse lembrar de uma infância assim, de amor, de brincadeiras e de liberdade. É tudo que as crianças querem, tenha tempo para elas, senão outras pessoas as conquistam, e estranhos não podem ser mais presentes do que os pais.
     Em meus tempos de criança, corri nos terreiros, tomei banhos de riachos, mergulhei em lagoas, brinquei, brinquei e brinquei, mas nada foi tão marcante, quanto as brincadeiras com meus pais.
A criança é o futuro de qualquer nação, e os pais, são responsáveis por esse futuro, no dia das crianças, que tal contar-lhes uma história de sua infância, fale das brincadeiras de antigamente, não estará voltando no tempo, estará contribuindo com a cultura.
     Mostre que em você ainda existe um lado infantil, afinal, ninguém esquece os tempos de  criança.

     Ass.  Maninho.

27 de fev. de 2015

     O vento balançava as árvores, e em uma delas desprende-se uma folha seca e frágil, o vento a carregava levemente, e seu galho inclinava-se na direção da mesma talvez se despedindo e a olhando pela última vez. Sabe que nada pode fazer, só sabe que a perdeu. Mesmo assim parece preocupado por não saber o destino desse voo involuntário, inclina-se um pouco mais, mas a perdeu de vista.
     O vento tenta confortá-lo e o recolhe ao seu ponto na árvore, e talvez imaginando se aquela folha cairá em lugar seguro, ele se preocupa porque sabe que a missão dela ainda não acabou.
E sem entender essa relação, os galhos novos e com folhas verde escuro procuram entender o porque daquela preocupação, se foi apenas uma folha que caiu e ficaram centenas de outras verdes amareladas e secas. O galho mais antigo sabe porque, e o outro é muito novo e mão perdeu ainda a sua primeira folha, e por isso nem sente e nem sabe o que aquela folha representava.
     E se comparássemos esse galho a nossa árvore da família, também com suas raízes e ramificações, quem seria de nós que visse uma pessoa querida se desprender da gente para seguir outros rumos. quem não procuraria olhar atentamente seu paradeiro, mesmo que fiquem outras assim como ficaram as folhas no galho.
     Aquela que se desprendeu, será sempre lembrada no sentimento de  nascimento, convivência e saudade. As árvores envelhecem e nós também, em uma árvore nova, o vento a enverga, seus galhos varrem o chão, e quando o vento passa ela se ergue e parece ter se divertido com o que aconteceu. Ao lado uma árvore antiga também sofreu com o vendaval, o vento a envergou, quebrou alguns galhos enfraquecidos pela ação do tempo, e quando o vendaval passou, ela já não era a mesma, em sua copa apresentava clarões e galhos quebrados junto ao chão.
E nós, quantas vezes somos abalados pelo vendaval do tempo, e quando jovens, enfrentamos desafios e até rimos deles, mostramos nossa força e nos erguemos.
     Mas depois já não temos a mesma força e vamos perdendo parte de nós, o vento dobra a árvore antiga, e o tempo nos dobra, parece que nos molda a seu estilo. E quando não aceitamos, fica mais doloroso ainda, porque ele não desiste, e as vezes até nos oferece uma trégua, e quando retorna é para decidir. E aí já perdemos algumas pessoas queridas, e também ganhamos outras,assim foi com a árvore, perdeu as folhas secas e ganhou as verdes.
Parece uma ação para manter o equilíbrio, mas a folha que cai o vento leva e a certeza de nunca mais  vê-la, é que deixou o galho muito triste.
     E na nossa árvore da família, com algumas certezas e incertezas, temos uma certeza, que na proporção que o tempo vai nos dobrando temos que sermos resistentes e nos anteciparmos aos possíveis vendavais, e assim tal qual a árvore, procurarmos em nossas raízes o sustentáculo para suportarmos a força do tempo.
Uma folha que cai, é a saudade que fica e se eterniza em nossa árvore da família, que sem distinção entre as verdes ou as secas, ambas sempre serão folhas  de nossa árvore.

     Ass.  Maninho.

26 de fev. de 2015

QUANDO O SILÊNCIO GRITA

     Estranho, muito estranho ouvirmos um som que não existe. Acontece que precisamos ouvir o som do silêncio, ele se conseguirmos aprender a ouvi-lo, entenderemos que o silêncio tão forte, que vai nos assustar.
     As inúmeras quantidades de vezes que amizades foram desfeitas, e que perdemos pessoas que poderiam nos fazer felizes, pelo simples costume de querer impor condições, tratando pessoas como se fossem propriedades, e sem ter a menor sensibilidade para respeitar ou entender um momento de descontrole emocional.
     E em quantos momentos já caminhamos lado a lado sem que uma só palavra seja pronunciada, mas dentro de nós, ouvimos os mais variáveis sons. Isso acontece porque, aqueles dois famosos dragões que vivem dentro de nós, vivem em constantes guerras. Enquanto um defende, o outro acusa, precisamos aprender a domar ambos, e deixar que um possa definir o que é melhor, alimente o dragão do bem, e tudo dará certo.
     As palavras são perigosas demais, se não forem pronunciadas com sabedoria, muitas delas ferem e demoram a cicatrizar, e por isso precisamo de cautela, palavras ditas, nem as desculpas conseguem apagar, e pedir desculpas, é atestar que que errou, e existem muitos tipos de erros, alguns deles são irreparáveis. Falar primeiro para depois pensar, esse tem sido motivos para muitos gritos e atritos.
Quando magoamos alguém, e que a vítima nem fala, apenas olha, a sensação já é terrível, auela olhar frio, sem a definição exata, se o sentimento é de ódio, decepção ou tristeza, e a gente pensa: Seria melhor se falasse, a dúvida sobre esse tipo de olhar nos sufoca.
E o pior, ainda não é o olhar. O pior é quando nem olhamos, simplesmente deixamos que o silêncio grite. Esse grito não chega aos nossos ouvidos, vai direto para a nossa consciência, o grito será tão forte, que é capaz de tirar o nosso sono. Nós, o travesseiro e o grito, esse som que chega não pode ser medido, ele é tão forte, que procuramos ouvir uma música, mas nenhuma agrada, porque o som do grito é bem mais forte.
Vamos imaginar o seguinte: Amamos muito a uma pessoa, nos colocamos em segundo plano, para podermos propiciar a quem amamos, todo o amor possível, e é lógico que não esperamos que esse amor acabe, porque temos tanto afeto que pensamos que será por muito e muito tempo.
Mas acontece que acabou, e sem uma explicação que possa justificar, não tem muito o que fazer, aí vem o silêncio e solta o grito, porque? Eu não mereço isso, me doei, amei como ninguém podia amar, e agora? A lembrança, o sofrimento, juntaram-se ao silêncio procurando uma resposta , não encontra.
O silêncio grita, e grita tão forte, que será impossível a consciência não ouvir.
Nada terá um som tão forte quanto o grito do silêncio, e quando esse grito chegar até a consciencia, de nada vai adiantar tampar os ouvidos, o som do grito lhe encontra, para o grito do silêncio, não existe distâncias ou barreiras, nem tente fugir, ou fingir, você vai ouvir com certeza, portanto dispense gritar ou revidar, deixe que o silêncio gritar por você.

Ass.  Maninho.

19 de fev. de 2015

OS PONTEIROS DO TEMPO

     Alheios a todos nós lá estão eles, de forma sonora ou silenciosa, isso é o que menos importa. O que importa mesmo é sabermos que eles são insensíveis e que em nenhum momento eles vão parar para  podermos escolhermos o nosso tempo. Até que parece lento, mas sua velocidade é associada ao nosso momento, se estamos felizes ele parece apressado, se estamos aflitos parece que eles param.
     O grande segredo é termos a consciência que o tempo vai e o tempo vem, e nesse intervalo ele colhe tudo sobre nós, alheio a todos nós, no que se refere a interferir, e presente constante em como observador. Ninguém, ninguém mesmo, consegue passar ser ser catalogado pelos ponteiros do tempo, ele é o sábio que ouve mais e fala menos, mas quando resolve falar mostra toda a verdade, e essa verdade mostrada é um alerta para a humanidade.
     Ah, quantas vezes eu  a lua e uma calçada, comemoramos a noite, e pensávamos que podíamos comemorar, e da pura ingenuidade de pensar que estávamos blindados, e os ponteiros do tempo nem tinham visto minhas falsas promessas, tolo que fui, em rir da lágrima de alguém, em arrancar a flor, em vez de beija-la no galho, egoísta que fui, pensando só em mim, e os ponteiros do tempo me olhavam atentamente, e mais cedo ou mais tarde, meu peito vai doer, meu corpo vai tremer, e minha falta de amor, me fará pagar, pela lágrima e pela a flor.
     É assim, sempre será assim, o tempo leva o que fazemos, vagueia, demora, e retorna para nos devolver o que é nosso, mas ele é generoso, e nos devolve corrigido, de alguma forma todo o nosso esforço valerá a pena, porque teremos de aprender com ele, seja no sorriso ou pela dor, teremos que assinar nossa arte, se ele vai para alguma galeria, ou se será descartada, só depende de nós.
     Os ponteiros do tempo são iguais aos olhos do infinito, nunca se cansam e nunca dormem, para nunca sejam censurados, cabe a cada pessoa escolher qual a flor que vai florescer em sem jardim.

     Ass.   Maninho.

SEM DESTINO

A facilidade de armarmos o arco e soltarmos a flecha, é muito constante entre as pessoas, no entanto seria mais inteligente escolhermos o destino certo, senão poderemos cometer injustiças. Nem sempre o nosso pensamento representa a legalidade de nossas ações, e por isso atingimos erroneamente algumas pessoas.
Os nossos desejos não podem e nem devem estar acima da lógica e da razão, se agirmos assim estaremos contrariando um dos conceitos básicos, tão necessário e tão importante, o respeito ao próximo. Antes de fazermos qualquer esforço físico para armar o arco e disparar a flecha, é aconselhável purificar o coração e deixar que ele lhe auxilie a eliminar a eliminar o ódio sem motivos, e deixando que a convivência de julgar a aparência.
Sem destino certo, essa flecha poderá bater em algum escudo e retornar, se acertarmos a pessoa  errada, isso será um impacto, mas se ela retornar será impactante. Pense antes de armar esse  arco, uma vez que soltar a flecha, ela poderá não chegar ao destino, e sem destino ela poderá atingir qualquer pessoa.
Mas vale desenhar um pássaro, de que afiar uma espada, em um mundo carente de amor e de respeito ao próximo, em que estamos perdendo o sentimento de amizade, precisamos guardar o arco e a flecha, e cultivarmos o carinho, cada pessoa que procurar fazer um mundo melhor, sem dúvidas, será vista de forma especial, a humildade é uma sabedoria que leva a um tratado de paz, a arrogância e a individualidade, são armas perigosas que promovem a guerra.
Falamos de amor, solidariedade, amizade, compreensão, mas só falar não adianta muito, se nossas atitudes não forem comprometidas, com as nossas divulgações. É hora de substituir o mau humor pelo sorriso, a aparência pela transparência, e o silencio pelo dialogo, assim esse arco ficará na parede, e não precisará mais ser utilizado.
Ass.  Maninho
  

Contos e Encantos: Escola de Vencedores

Contos e Encantos: Escola de Vencedores :   Escolas de vencedores é uma fonte capacitadora em cada um de nós, quem fugir de seus próprios de...