Dois de Novembro, nesse dia em alguns lugares do mundo homenageiam os mortos com visitas a túmulos, rosas, velas e preces, lágrimas. Talvez nem fosse preciso criar um dia especial para essa honrosa homenagem, se fôssemos humanos para amar durante tanto tempo que temos para fazê-lo, mas nos envolvemos com aparências e caímos nas armadilhas de ignorar o tempo e deixar quase sempre para depois, quando esse não existe.
Lembro ainda da voz suave de meu pai me ensinando sobre a vida, os risos do meu irmão, as história de meu avô, e do calor do abraço de minha filha, tal qual o perfume das roseiras que o vento espalha na noite assim são as minhas lembranças, e hoje quero desejar-lhes paz, e que se houver retorno que não seja na Terra. Aqui é um mundo de expiação e de pensamentos vazios de amor, muito embora exista tanto falatório sobre amar, a Terra ainda é um berço embalado de devaneios, e esperanças sem forças para transformar julgamentos em libertação, portanto paz aos mortos.
Meu caminho que os anos marcaram, morri e renasci muitas vezes dentro dele, mas após a minha saída daqui quero paz, e se eu merecer nunca mais voltar aqui. Somos estranhos em cada mundo que nascemos, a paz é patrimônio necessário em qualquer dimensão, talvez tenhamos medo do desconhecido, mas nada será tão desconforte do que passar a vida inteira tentado ser feliz, e muitas vezes terminamos solitários porque o destino é o nosso labirinto pessoal.
Paz aos mortos, que onde estiverem não lhes sejam permitidos ver e sofrer novamente, que as estrelas sejam suas ruas, e que nunca lhes falte luz e paz, já que no mundo dos vivos verdadeiramente ninguém á tem, somos todos farrapos humanos, e possivelmente a lápide seja o portal para nova vida.
"O conhecimento é um farol na escuridão"
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