28 de set. de 2024

Um Poema ao Tempo

 


No final da tarde, o sol se põe suavemente, escondendo-se atrás do mar e deixando rastros de saudade com um tom avermelhado sobre as ondas. As gaivotas dançam sobre as águas, às vezes molhando as pontas das asas nas marés. Enquanto as pequenas ondas quebram na praia, um ancião, com um bastão, escreve um poema na areia. Antes que a água ou o vento pudessem apagá-lo, alguém que passava, envolto em um manto de lembranças, conseguiu ler parte do poema.

As últimas estrofes expressava ternura e lealdade, e estava escrito assim; "A beleza de uma orquídea violeta sobre a neve, contrasta com universos escuros onde almas esquecidas se nutrem de esperança. Nem quem as condenou, nem mesmo quem poderá salvá-las, esquecerão os valores de amor e lealdade. O universo de cada um de nós é como a orquídea e a neve, diferentes e contrastantes. A flor, talvez não tenha nascido ali, deixada por alguém que também não à perdeu, representa uma mensagem de lembrança e a certeza de que cada momento de vida é regido pelo destino".

Não podemos fugir das linhas do destino, apenas nos iludimos em pensar que nós mesmos traçamos os nossos caminhos, mas, seja por feitiço ou encanto, o elo entre criador e criação é um segredo infinito, nós e a nossa ancestralidade são correntes forjadas nas oficinas do tempo, e tão contrastante quanto a orquídea violeta e a neve é a nossa dualidade, corpo e espírito em uma busca de paz.

"O conhecimento é um farol na escuridão"

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