Tem uma moeda para o barqueiro? Ou prefere passar cem anos na margem do rio? Caronte, o barqueiro do mitológico rio Aqueronte não vai navegar sem remuneração, uma moeda ou as águas do infortúnio. Era exatamente assim que funcionava a travessia que levava as almas para Hades. Quanta ironia, além de serem levadas para o sub mundo do inferno, ainda tinham que pagar para não ficarem esquecidas na margem do rio. Ou seria melhor assim? Claro que não, o esquecimento ainda poder ser pior que o inferno de Hades, porque ele representa abandono e ingratidão. Isso é a mitologia e suas riquezas literárias, as quais muitas delas poderiam servir de exemplos e lições de vida, a começar por entender qual moeda pode ser levada para que o barqueiro faça a travessia.
Com certeza quem chegava aos campos elísios, não iam de barco, haviam conquistado lugares tranqüilos através de suas ações terrenas. mesmo assim serão conduzidos sem lugar de escolhas, e sim, por merecimentos. Imaginem a diferença entre o afluente do sub mundo e as esferas superiores, mesmo que sejam escritos mitológicos, vale a pena pensar sobre isso.
Saindo da mitologia e passando para a vida real, jamais poderemos ignorar as imensuráveis situações que nos conduzem a diferentes tipos de vidas, no entanto é melhor voar por entre o brilho das constelações, do que se preocupar com algum tipo de pagamento ou ficar esquecido na margem do Aqueronte, divisor entre o mundo dos vivos e dos mortos.
Seremos todos envolvidos pela mãe Terra e depois encaminhados a mundos diferentes, diante disso teremos de fazer escolhas aqui no mundo humano, depois não teremos opções para mudar o que foi construído. Fica um alerta de que não conhecemos a verdade, desde o princípio somos direcionados a interesses dos mais variados, por isso é essencial evitar julgamentos, muitos menos afirmar quem são merecedores se voar ou entrar no barco.
Me incluo no bloco dos que apenas opinam sem a menos certeza de como será a viagem, todos estão no mundo das conjecturas, mas acredito que quanto maior for o amor que temos para com os outros, será maior o tamanho de nossas asas. Se por acaso alguém entender diferente, é bom levar uma moedinha na mortalha, possivelmente precisará do barqueiro.
Independente de ideais ou ideologias temos apenas uma vida, e quando perde a validade aqui na Terra, em algum lugar outra renasce. Pensando nisso, jogue paro alto e descarte tudo que lhe acorrenta na Terra, fique leve e crie asas para voar alto. Não esqueça, a passagem é comprada por nós e de forma individual e antecipada, ninguém vai decidir quem viajará no ar ou nas águas. Então ame a si e ao próximo, evite fazer julgamentos porquê não somos autorizados a julgar. Depois daqui somos estranhos no ninho, e só um vai decidir a nossa próxima morada, pense nisso.
"O conhecimento é um farol na escuridão
A.L.Bezerra
Nenhum comentário:
Postar um comentário