Quanto Tempo Dura o Eterno

Quanto tempo dura o eterno, Alice no país das maravilhas é conto com extraordinárias lições de vida, e em um dos diálogos entre ela e o coelho, uma pergunta se destaca pela importância que representa para a humanidade. Alice: Quanto tempo dura o eterno? Coelho: As vezes apenas um segundo.  Uma resposta com uma advertência para todos nós.  Se o eterno poderá durar apenas um segundo, por que perdemos tanto tempo reclamando, adiando, exigindo, quando poderíamos viver o eterno que muitas vezes se apresenta e não o vemos, talvez a nossa sabedoria não seja suficiente para interpretar a realidade dos nossos momentos.
Alguns de nós desconhecemos que somos um vaso na mão de um oleiro, que com toda a sua simplicidade vai trabalhando aos poucos para torná-lo perfeito, mas se acontecer algo errado ele não descarta o barro, volta com ele a olaria e recomeça o trabalho, sabe que a matéria tem valor inestimável e se não souber utilizá-la, um dia vai faltar.
Somos todos um vaso em construção, mas nem sempre estamos dispostos a aceitar reparos e queremos tudo ao nosso tempo, e deixamos de eternizar o melhor das nossas vidas priorizando o descartável, mas possivelmente o fazemos por falta de conhecimento, mesmo assim o poderoso tempo jamais voltará e nos perguntará se realmente é o nosso real desejo, simplesmente segue em sua evolução, e quando o procurarmos jamais o encontraremos.
O eterno que agora nos pertence não pode ser ignorado, eternizar é ter a certeza de que jamais esquecerá, mas não somos assim tão completos para sermos tão racionais.
O ideal seria aproveitarmos cada segundo que o eterno nos oferece, mesmo porque nada é para sempre, o riso e a lágrima moram lado a lado, porque somos um abrigo para todos os sentimentos. Se nos permitirmos conhecer a nossa casa, veremos que existem várias moradas.
É agora o segundo que podemos eternizar em nossas vidas, não deixe-o passar sem abraçá-lo. Talvez possamos nos perguntar, abraçar o que? Todos os presentes da vida, sábia é a pessoa que diminui as perguntas e conversa com o silêncio.

A.L.Bezerra