Era uma vez uma grande árvore a beira de uma estrada,o vento já havia tocado tanto sobre ela que seus galhos apresentavam uma enorme saliência,formando sombra para abrigar viajantes e peregrinos,seus enormes galhos serviam de armadores,seu caule de tanto dar encosto aos viajantes já apresentava uma grande cavidade,suas raízes,algumas já expostas pela ação do tempo,serviam para guardar copos,garrafas e pequenas armas.
Fim de tarde,o vento tocava em seus galhos e folhas fazendo um som saudoso juntando-se ao cântico de centenas de pássaros que se recolhiam aos seus ninhos no fim de mais um dia.Ao longe uma silhueta aparecia,passos lentos,corpo curvado,aparência de cansaço,ao aproximar-se de um pequeno grupo que se abrigava em baixo da árvore,ele pediu água,comida e permissão para armar sua rede em um dos galhos,o chefe do grupo falou,o que temos é para o nosso sustento e não o conhecemos,portanto fique distante de nós,o recém chegado comentou,a árvore é tão grande,ainda vai sobrar espaço,e o outro repetiu,fique distante de nós.O visitante colocou uma mochila no chão e disse,lamento pelos pássaros,minha árvore,a partir de hoje ninguém mais vai mais usar você,entrarás em um longo repouso,e escorando o queixo em cajado,ficou imóvel e adormeceu.
Durante a noite caiu sôbre a árvore um grande vendaval,tão forte que não deixou nenhuma folha na árvore,e ressecou seu caule e seus galhos,parecia que ela estava morta a muitos anos.No dia seguinte os primeiro raios de sol passeavam entre seus galhos,deixando apenas sombras esquisitas no chão,o chefe chamou o grupo para seguirem viagem,e disse,eu estava certo,aquele era um bruxo mau,e ia destruir a gente,o mais jovem comentou,se você tivesse sido mais humano,talvez nada disso teria acontecido,e o chefe falou,aqui quem pensa e quem decide sou eu.
Sem folhas e sem pássaros,somente o vento assobiava em seus galhos os contorcendo e fazendo varrer o chão,um corujão entoava uma triste melodia,como se sentisse saudade da antiga árvore,e bem longe era possível ouvir um som em tom de lamento.
O jovem comunicou ao grupo que ia voltar até a árvore,e ao chegar já ao entardecer só encontrou o cajado do viajante,e ele em tom de respeito pegou o cajado encostou no caule da árvore e disse,seria bom que você voltasse a viver,porque você não tem dono,você é a natureza e a natureza é de todos,e para sua surpresa e felicidade,as primeiras folhas começaram a brotar,e os pássaros voltaram a cantar.
Ass. Maninho.
maninhoideal@bol.com.br
21 de fev. de 2014
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